terça-feira, 3 de novembro de 2009

Como é difícil ser honesto

Até que ponto a honestidade é um atributo possível para o ser humano? Avaliando o nosso modo de vida, chegamos à conclusão que é praticamente impossível ser honesto no mundo em que vivemos.
Desde pequena ouço pessoas levantarem bandeiras de honestidade. Nossos pais nos pregam isso e também os professores, na escola. Todavia, a vida nos ensina a mentir, a roubar e a sermos desonestos em todos os setores de nossas vidas.
Você dirá: “não, imagine”, conheço várias pessoas honestas de verdade; eu mesma sou uma pessoa incapaz de cometer qualquer ato de desonestidade!”.E a você, meu amigo ou amiga, eu retrucarei dizendo que você está equivocado ou equivocada com relação a isto; apenas ainda não se deu conta.
Um exemplo bem corriqueiro é a nossa moderna relação com a informática. Pra começar, quando compramos um computador novo e precisamos instalar nele softwares de uso diário como os do conjunto Office, “só para efeito de praticidade”, deixemos ou pedimos até, que o técnico instale lá uma cópia do programa que ele tem na maleta de acessórios dele e pronto! Está feita a pirataria. E você ainda se acha honesto! A mesma pirataria você exercita uns dias depois, quando começa a usar seu computador novo e baixar da rede uma enorme quantidade de músicas, filmes e seriados… sem pagar nada por isto!
Então chega aquela difícil situação em que você precisa comprar um presente de última hora, consertar um carro que quebrou ou simplesmente abastecer sua dispensa. Você sabe que já gastou todo o salário e que usar o cartão de crédito vai ser uma fria porque o salário do mês que vem não vai dar para saldar e o cheque especial já está estourado.Você pensa consigo mesmo: “Ah! Depois eu dou um jeito; preciso, vou gastar!”. Nos meses subseqüentes, a situação piorou tanto que você, para dar um jeito na situação, vai começar a inventar diversos culpados para ela até conseguir angariar a solidariedade de alguém para resolver o problema; e até vai acreditar nas próprias invenções, convencendo-se de que o governo é mesmo o culpado; ou o banco com suas taxas insuportáveis; ou o ex-marido que lhe deixou a ver navios; ou seus pais, que não lhe deram toda a atenção de que você precisava na infância.
Aquela pessoa de quem você até gosta porque é sempre ela quem lhe socorre nos momentos mais difíceis, mas fala demais, e só reclama da vida, telefona para você. Você, então, rapidamente inventa que está de saída, no meio de uma reunião ou com uma situação terrível e urgente que requer sua atenção no momento e desliga.
Por menores e mais insignificantes que pareçam, essas situações ainda são expressões de desonestidade.
A influência externa não ajuda. Diariamente você vê políticos envolvidos em escândalos e saindo ilesos dos mesmos. Obras superfaturadas, estratégias bem montadas para favorecer este ou aquele partido, manobras nepotistas e vai por aí afora… tudo passando em branco e “terminando em pizza”.
Caso absurdo é o das vítimas de sequestro relâmpago, estelionato por coação ou chantagem e até mesmo invasores de conta bancária pela internet. A vítima, além de perder o dinheiro e ficar traumatizada, ainda pode ter sua conta bloqueada, virar alvo de inquérito policial e, quiçá, ter sua conta definitivamente fechada no banco,
Outro exemplo clássico de desonestidade engloba os benefícios sociais. Pessoas que se fazem de inválidas para conseguir abonos e pensões do governo ou que, de alguma forma, fingem ser o que não são para conquistar o que desejam de forma fácil e sob a proteção da lei. Como são, também, os casos de pessoas que trocam as etiquetas de um produto caro pelas de produtos mais baratos no supermercado. Quanto a isso, não é à toa que na fórmula de confecção do preço está inclusa a taxa de furto ou dano por terceiros.
Uma desonestidade aparentemente inocente, mas extremamente nociva, é o atentado contra o meio ambiente. Pessoas que levantam a voz para dizerem “salvem o planeta”, mas continuam abusando dos eletrodomésticos, lavando calçadas com esguicho, consumindo mais do que o necessário e jogando seus lixos nas ruas, entre outros atos mais graves.
Do menor ao maior grau, a desonestidade vem sempre acompanhada da mentira. Aliás, a mentira é mesmo uma forma de desonestidade, e todos nós mentimos, nem que seja para evitar situações de conflito ou magoar alguém.
Ora! Se você mente, você não sesta sendo exatamente um exemplo de honestidade. Por outro lado, dependendo da sua mentira, poderá ser absolvido por qualquer tribunal que exista, inclusive, o da própria consciência.
Os evangélicos cursam um caminho que passa pelo surto de honestidade. Ao aceitarem Deus em suas vidas e começarem a viver conforme Suas leis, eles incluem em seus depoimentos todos os seus deslizes, erros e até crimes passados. É a forma que têm de dizerem a Deus e ás suas consciências “errei, agora não erro mais”. Todavia, fazem isto não porque mudaram o que são, mas porque encontraram o perdão numa força maior na qual podem ou devem confiar. Mas, se Deus os decepcionar, se Ele não lhes der o livramento esperado, então a crença boa se desfaz rapidamente, dando lugar ao antigo padrão que diz que se outros cometem erros e não sofrem punição e eu, que me subjuguei a Deus estou sendo punido, melhor é contrariar a Deus e seguir conforme minha própria sentença.
De fato, o que dista ou aproxima uma pessoa da honestidade é o senso de punição ou impunidade que ela tem. Ser ou não honesto não significa grande coisa, o que implica é ser ou não punido. Não fosse assim, não haveria leis esdrúxulas que qualificam um delito como aquele citado, de baixar da internet uma certa quantidade de material, músicas,filmes etc. como legais até uma quantidade X e ilegais a partir deste número.
O problema é que honestidade, assim como qualquer valor humano, é algo pertinente ao espírito e está diretamente vinculado às leis que regem o Universo em que vivemos. O problema é que conhecemos muito pouco as leis humanas; e menos ainda as cósmicas. Sem o conhecimento, aumenta ainda mais o senso de impunidade e o abuso da desonestidade.
Como as nossas regras e condutas estão tão voltadas para o lado material da vida, difícil se torna lembrar-se da transitoriedade da matéria; e por isso a humanidade acaba sendo desonesta consigo mesma. A meu ver, esta é a pior forma de desonestidade, pois resulta em mácula para o próprio espírito, que pode ficar estacionado em seu processo evolutivo.
A reflexão, portanto, é a respeito de que tipo de conduta o ser humano deve cultuar em si mesmo a fim de encontrar o caminho honesto da vida, onde as leis divinas se sobrepõem a qualquer outra, dignificando a existência terrena.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Fatalidade do Amor

A herança genética de Javé, o deus criador, e o caminho de amor-renúncia que Jesus nos fez conhecer como aspectos a se considerar diante da jornada do ser humano pela libertação espiritual e expressão maior do amor incondicional.
“A gente sempre destrói aquilo que mais ama em um campo aberto ou numa emboscada; alguns com a beleza do carinho e outros com a dureza da palavra;covardes destoem com um beijo, os valentes, destroem com a espada”. Paulo Coelho
O amor tem um poder fatal. Mais cedo ou mais tarde, ele acenderá a chama de uma verdade e isto aniquilará a coisa que o comporta. O amor não faz isso por ser um mal, ao contrário, ele age na direção do que é correto, mas muitas vezes é incompreensível à personalidade humana, que ainda é passional.
No homem, ele dá aderência ao moral. Todavia, o moral do homem é dominador e unilateral no sentido do direito que a sociedade lhe conferiu de trair, mas não admitir ser traído; impor suas regras, mas não tolerar as da mulher; exigir compreensão e perdão, mas não perdoar uma companheira que não age conforme suas determinações; conquistar levianamente sem zelar pela estabilidade emocional da mulher conquistada, e por aí vai.
Na mulher, por sua vez, ele adere, prioritariamente, à carência, própria da mulher sensível, e à cadeia hormonal do ciclo menstrual e se torna histeria, confusão mental, tenebroso descontrole emocional; muitas vezes, isso resulta em depressão que pode chegar à insanidade e até ao suicídio.
Em ambos os casos pode gerar crimes passionais ou, mais propriamente no caso das mulheres, grandes ardis orquestrados pelo sentimento de vingança. O curioso é que os dois, tanto o homem quanto a mulher, agem com incrível poder destrutivo em nome do amor.
No mundo de dualidades em que vivemos, é comum atribuir ao amor a responsabilidade pela existência do ódio. Não é uma associação de todo errônea, mas isto tem sido um foco nocivo para o psiquismo humano, que se habituou às dicotomias sem se habilitar, como deveria, com o aspecto totalitário das questões.
Assim, numa existência sem clareza em que a necessidade do amor se confunde com o extenso planalto de carência que há no íntimo da maioria dos seres humanos, o objeto de desejo é ou se torna facilmente uma obsessão, e o casamento é uma rinha onde vez em quando os cônjuges se confrontam.
Quanto mais o inconsciente coletivo aventa a ideia do individualismo libertador, mais se intensificam as brigas, os confrontos entre homens e mulheres e, obviamente, os crimes passionais. Isto se dá porque ninguém, ainda, atentou para o fato de que o equilíbrio não está em dar à mulher o poder que o homem tem exercido há séculos, mas em sair fora do círculo de poder onde os gêneros humanos se confrontam. É hora, pois, de rever o foco humano para que enfim se possam eleger os direitos e deveres do ser dito pensante como ser completo e igual a outro, tanto em potencialidade quanto em recursos.
Porém, nem sempre a consciência adquirida disto, nem da real importância e característica do individualismo inspirado pelo alto em nossos dias, liberta o amante da passionalidade animal que surge em meio à rejeição do objeto do seu amor.Nesse contexto, revelam-se claramente as diferentes naturezas amorosas de Jesus, que é um com o Pai Amantíssimo, e de Javé, que é o deus criador deste universo.
O consórcio do homem ou da mulher com a natureza de Jesus, que é afável e dulcíssima, inspira à renúncia ou, em grau menor, à resignação. Porém, é uma aliança que se escolhe fazer quando se compreende e se aceita o Cristianismo. Em outras palavras, é uma escolha que fazemos em nome do amor pacífico e repleto de mansuetude, como é o do próprio Mestre.
O consórcio com o amor punitivo e exigente de Javé, ao contrário, não é decorrente de uma escolha consciente. Ele faz parte de uma herança genética que impregna nosso psiquismo com tamanha força que poucos são os que escapam de seu controle.
Entendamos que, por não ser compreendido e tampouco aceito, o amor que sofre rejeição nos parece terrível porque age no psiquismo humano com a carga genética de um deus aflito que ama não com a doçura de Jesus, mas com o desespero de quem precisa exercer o controle sobre a sua criação e tem dificuldade em aceitar, na condição em que está, outro tipo de tratamento que não o da subordinação plena.
Jesus ensina através do próprio exemplo, ama sem pedir nada em troca e exerce com extrema leveza seu jugo. Javé, ao contrário, ordena, impõe leis severas, pune quem não as cumpre.Afora a ousadia da qual me municio enquanto autora dessa reflexão, essas questões estão em boa hora de serem aprofundadas no exercício de meditação ou introspecção de cada ser humano sobre a terra, já que estamos aparentemente todos já cansados de repetir experiências tendo de pendermos sempre para extremos, sem jamais experimentarmos o libertador caminho do meio sugerido por Budha. Todavia, é justamente no caminho do meio que se encontra a trilha possível para o eu superior, que é desprovido do psiquismo, que é inerente à personalidade.
A liberdade e a vida eterna pertencem a esse espírito de identidade, suprema sobre todas as demais, que a personalidade cria para se manter na grandiosa rede genética de Javé. Mas também o amor, em sua forma ampla, criadora e ígnea, é algo que nutre e pertence a este eu superior. E este é o amor que se encontra no seio e no todo que é Jesus. Já o que se vê nas formas menores do ser, tanto no homem quanto na mulher, é apenas um retalho de amor.
No tanto que suporta a frágil personalidade, que está fadada a morrer diante do próprio eu que o rege sob a lei da fatalidade que o amor congrega no exercício de sua plenitude, sendo assim incondicional, não há esperanças de liberdade espiritual enquanto houver segregação de gêneros, raças, ideologias etc. Pois a personalidade chegou ao seu limite de suportabilidade; e apenas porque não compreende que para ir além é necessário abrir mão de si mesma, engendra em seu ventre a semente de destruição que sofre, abandona e até mata por amor.

domingo, 5 de julho de 2009

Psiquismo, uma ilusão onde o bem e o mal residem

Controle da mente, hipnose de reprogramação, mudança de DNA, indução, linha do tempo e outros são apenas paliativos que atingem o psiquismo. Até que ponto esses recursos mudam mesmo uma pessoa?

Desde que os Estados Unidos começaram a lançar livros de auto-ajuda, a humanidade tem se voltado cada vez mais para técnicas que prometem mudanças rápidas e eficazes nos padrões de comportamento, limpeza do passado triste ou doloroso, libertação de traumas e até mudança de DNA.
Não podemos negar que os resultados chegam com certa prontidão, no sentido de que a pessoa fica por algum tempo mais envolvida consigo mesma, mais otimista com relação ao sucesso que poderá alcançar na vida, além de aprender responder aos percalços do caminho com mais otimismo. Porém, em que parte do composto humano essas técnicas atuam?
Nas últimas décadas temos nos envolvido tanto com o avanço da medicina, seus antibióticos potentes e exames minuciosos proporcionando a rápida recuperação dos pacientes, que desejamos imprimir o mesmo imediatismo nas questões psíquicas.
Da mesma forma, com o crescente número de igrejas que ensinam seus fiéis a exigirem de Deus mudanças radicais em suas vidas materiais em troca da fé e do dízimo que lhe ofertam, evidencia-se um novo padrão de comportamento humano. Na verdade, não sei se é tão novo assim, já que o próprio Sr. Jeová, ao tempo em que elegia profetas para falarem em Seu nome, fazia barganhas como essas com seus escolhidos.
Na pressa ou imediatismo que envolve a busca por resultados se escondem uma crença padronizada de que algo externo vai mudar seu modo de ser, sua condição financeira, seu nível de satisfação para consigo mesmo e para com o mundo como um todo. Ou seja, uma crença imperiosa de que a responsabilidade de qualquer mudança não recai sobre seus próprios esforços, mas na competência de outrem.
Não é à toa que a cirurgia plástica tem feito tanto sucesso no mundo. Ela é capaz de trazer resultados rápidos para uma mudança efetiva da aparência com a qual não se está satisfeito.
E o ponto é justamente este: aparência!
Ao se verem ofertadas receitas práticas de operar mudanças íntimas, pessoais e inadequadas, muitas vezes desagradáveis até ao convívio social, as pessoas se inclinam a comprar aquela que se lhe pareça mais rápida ou eficaz, conforme o sistema de crenças de cada um.
A questão é que o conjunto psíquico que compreende comportamentos, reações humanas e até emoções, não passa de uma roupagem aparente que esconde o verdadeiro eu que há em todos nós, essencialmente falando. E tudo o que é superficial ao ser interior é acessório para o espírito, que necessita dessa roupagem para viver as experiências terrenas. Disto se deduz que tanto o corpo quanto o psiquismo são meros instrumentos dos quais o espírito se serve para se lapidar intimamente, mas jamais serão o seu eu verdadeiro.
Da mesma forma como a cirurgia plástica altera o que há de indesejável em seu corpo físico, técnicas de PNL, hipnose, indução e reprogramação mental alteram o que há de indesejável em sua personalidade. E a pressa de mudar é tanta que não se perde tempo em procurar outra via de mudança.
Todavia, se nem o corpo físico nem a personalidade são de fato você, como esses paliativos de mudança podem ajudar você a mudar?
Na verdade, não podem muito. É muito válido ter uma aparência melhor para ser aceito na sociedade. Semelhantemente, é muito válido um temperamento moderado para quem deseja adquirir um conjunto de comportamento mais equilibrado. Mas você não vai se tornar um espírito melhor por conta dessas mudanças exteriores.
O problema está em conhecer a medida do que é ser melhor. No mundo de ilusões em que vivemos, atuando com um corpo ilusório e um psiquismo também feito de ilusão, não se objetiva a outro resultado senão a aprovação do seu semelhante, dentro dos próprios padrões de aceitação que desenvolvemos em nossa sociedade, ou seja, dentro dos padrões que regem essa transitoriedade que, para o espírito, é totalmente ilusória.
Nenhuma técnica de atuação psíquica pode lhe dar resultados eficazes no sentido de progressão espiritual como a meditação.
É o mestre Paramahansa Yogananda quem nos revela, no livro Autobiografia de um Iogue, que toda verdade, luz e cura estão dentro de nós mesmos, e não em algum lugar fora.
O mestre Yogananda ensina a prática da meditação, na qual se deve perguntar “o que há por trás dos meus olhos fechados?”. No intervalo entre a inspiração e a expiração, no silêncio que a meditação e a prática da respiração proporcionam à mente superior, aos poucos a resposta surge, como um véu interior que se descortina deixando emergir a luz da verdadeira consciência.
Quem desperta a luz da própria alma, que é a verdadeira consciência do espírito, consegue um nível de equilíbrio interior que se reflete pouco a pouco na roupagem tanto corpórea quanto psíquica
Se o corpo físico é repositório para um sem número de males, o corpo psíquico também o é, com o agravante de servir como morada para a maior expressão da dualidade: o bem e o mal.
Se há um fundamento transcendental para a profecia do Juízo Final, quando haverá a separação do joio e do trigo (metáfora para mal e bem, respectivamente), ele certamente está relacionado a este nossos tempos em que, sem poder compreender os afãs do espírito, impregnamos nosso psiquismo com aquela tal “pressa da melhora”. Apenas o foco da mudança está equivocado: não é mudando o corpo ou o psiquismo que nos libertaremos do mal ou, mais profundamente, da dualidade que o abraça, mas sim mergulhando em nosso próprio íntimo até que se acenda a luz de nossa alma.
Não há outra forma de se obter saúde integral ou consciência desperta. Se você deseja uma mudança efetiva, uma evolução segura e equilíbrio total, deve se habituar à prática da meditação que o libertará de toda e qualquer forma de apego, esse grilhão atroz que elegeu o corpo como principal veículo do ser e o psiquismo como o próprio ser.

sábado, 2 de maio de 2009

Fim de Ato para Augusto Boal

Um dia que nos oprime. Um dramaturgo que se vai deixando saudade e um legado revolucionário em prol dos direitos humanos e da construção de um mundo melhor.
Augusto Boal, carioca da Penha, foi o criador do Teatro do Oprimido. Marcou a história do teatro nacional como diretor, dramaturgo e ensaísta.
Nasceu brasileiro, mas seu nome ultrapassou as fronteiras internacionais como aquele que aliou o teatro às ações sociais.
Seu ideal de popularização do teatro foi abraçado pelas escolas, ajudou na recuperação de pacientes mentais e amoleceu até mesmo as grades fortes dos presídios, e continua atuando, nos mais diferentes setores onde a cultura se une ou pode se unir à educação para a construção da verdadeira cidadania.
Um escritor de vanguarda nem sempre compreendido ou aceito. Com sua vasta atuação no Teatro de Arena, em São Paulo, que desde sua fundação pretendeu priorizar peças brasileiras com atores também brasileiros, contrapondo a tendência usual, especialmente, do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), que investia em talentos europeus, notadamente, italianos. A este propósito, Boal somou o seu, de produzir espetáculos de baixo custo para trazer o público de baixa renda para o teatro.
Se a intenção era louvável, os resultados não lhe fizeram jus. Já à beira da falência total, o Teatro de Arena enfim deu a volta por cima com o espetáculo Eles não Usam Black Tie, do jovem ator italiano, recém-chegado ao Brasil, Gianfrancesco Guarnieri.
A partir de então, Boal começou a desenvolver uma direção que preservava cada vez mais a personalidade brasileira.
O sucesso de Black Tie durou 1 ano inteiro, o que permitiu a criação dos Seminários de Dramaturgia, através dos quais se pretendia revelar novos talentos nacionais, tanto atores quanto diretores.
A fase seguinte do Arena abriu espaço para os musicais. A essa altura, a dobradinha Boal e Guarnieri já estava consolidada. Notava-se, então, uma forte influência do dramaturgo alemão Bertold Brecht, no sentido de usar o teatro como veículo para suscitar discussões políticas e sociais.Com o Golpe Militar de 64, a forte repressão da Ditadura Militar começou, também, a atingir o Teatro de Arena e o trabalho de Boal. Todavia, já crescia em sua mente uma visão política comprometida com o povo e interessada na qualidade da formação do cidadão.
Boal, então, enormemente influenciado pelo trabalho de Paulo Freire, começa a pensar no que viria a ser o Teatro do Oprimido.
Com o Ato Institucional nº 5, o Arena viaja para outros países latinos, inclusive, Argentina. Mas a perseguição no Brasil é clara e dá muito trabalho a pessoas como Boal, que chegou a ser preso, torturado e exilado.
Assim, o Teatro do Oprimido começou a ser desenvolvido no Brasil, em 1971, mas, com o exílio, foi na França que realizou seu primeiro laboratório do Teatro do Oprimido.
O trabalho no exterior ajudou a propagar as ideias de Augusto Boal, que tem suas obras publicadas em cerca de 20 países, inclusive, na China.
Em 1992, foi eleito vereador pelo PT, no Rio de Janeiro. Foi quando criou o Teatro Legislativo, que consistia em pequenas peças que, na verdade, eram propostas e projetos de leis.
Foi consagrado Embaixador Mundial do Teatro e, no ano de 2008, indicado ao prêmio Nobel da Paz.Em suas palavras, um ideal e uma nova visão para o mundo:
“cidadão não é aquele que vive em sociedade, mas aquele que a transforma”.
Augusto Boal tornou-se cidadão imortal por sua obra, e devemos todo nosso respeito a ele e a tudo que representa.
Em 2 de Maio de 2009, morre Augusto Boal, carioca da Penha, cidadão do mundo. Vitimado pela leucemia, aos 78 anos muito bem vividos e doados.
É um fim de ato. Sai de cena Augusto Boal.
Que Deus o receba nos palcos celestes para que, de lá de cima, os palcos também se iluminem com a presença deste incrível sonhador que através do teatro desejou mudar o mundo.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Revista Veja free on line

A revista VEJA abre seu acervo na internet. Todas as edições das quatro últimas décadas de publicação poderão ser consultadas na íntegra em formato digital no endereço:
http://veja.abril.com.br/acervodigital/
A revista liberou o acervo em comemoração ao seu aniversário de 40 anos.
A primeira edição de VEJA foi publicada em 11 de setembro de 1968
Confira e bom proveito!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Assumindo Responsabilidades

Responsabilidade é a capacidade adquirida pela idade de responder pelos próprios atos. É um termo jurídico por primazia, que se aplica tanto às leis dos homens quanto às leis cósmicas, embora estas não sejam totalmente conhecidas, sequer, pela humanidade terrena.
No que concerne ao conjunto de leis humanas, entende-se que com a maioridade (no Brasil, aos 21 anos), a pessoa passa a gozar de plenos direitos e deveres civis, respondendo pelo que faz e diz em qualquerambiente, independente da opinião, desejo, vontade ou aprovação dos pais ou tutores.
No contexto cósmico, o sentido é o mesmo, porém, não se relaciona com a idade do espírito, mas sim com seu grau de evolução.
continua...

domingo, 22 de março de 2009

A Casa Dominó


O romance espírita de Marcio Marino, A Casa Dominó, na verdade é um alerta do tipo denúncia para os problemas ambientais, principalmente, no que se refere à água do planeta.


A Casa Dominó é o resultado de anos de trabalho, pesquisas e observações do autor Márcio Marino, que lecionou hidráulica aplicada e saneamento por longos anos e foi consultor em várias empresas particulares e estatais nos segmentos de saneamento, controle ambiental e melhoria das condições de saúde no planeta.
Executivo e apaixonado por tudo o que diz respeito ao meio ambiente e qualidade de vida, colaborou como projetista em centenas de empreendimentos relativos à área, tanto no Brasil quanto fora dele.
É coordenador do grupo Mundágua, que tem por finalidade alertar sobre os reais efeitos dos danos à natureza.
Sua experiência despertou o interesse de várias escolas e empresas estrangeiras, que tentaram levá-lo para fora do país, mas ele prefere investir seus conhecimentos aqui mesmo no Brasil.
Professor e palestrante há vários anos, insiste sempre em alertar e conscientizar jovens estudantes sobre os perigos impostos pelo ser humano ao planeta, em especial, a verdade sobre o aquecimento global e seus efeitos desastrosos imediatos, sem os floreios e artificialidades da mídia.
A Casa Dominó – um romance da vida real – é um livro sério e inteligente que aborda pontos sobre o que poderá ocorrer em futuro próximo se a humanidade continuar destruindo nossa casa planetária.
Romanceada de forma a oferecer uma leitura agradável, a obra exibe um enredo cármico de uma família do interior paulista que, graças à abertura mental para as revelações espíritas, acaba encontrando meios de se harmonizar.O personagem principal, um jovem que deixa a casa paterna em busca da qualificação profissional na cidade grande, acaba tornando-se vítima da própria obsessão pelo trabalho e pela sedução de uma jovem interesseira.
Caindo no tão comum “golpe da barriga”, o jovem se casa e vive uma vida afetiva instável.
Quando, enfim, se descobre traído pela mulher, sofre conflitos morais internos que vão forçá-lo a rever seus conceitos e padrões sobre a vida, até que esta lhe abre uma nova oportunidade para o verdadeiro amor.
No final, tudo toma o seu devido lugar e o amor vence, inspirando no leitor a crença na felicidade e no encontro com a alma gêmea
Através da história pessoal dos personagens masculinos centrais, no caso, o jovem, seu avô e seu pai, o autor também alerta sobre a dificuldade que tem uma pessoa bem-intencionada em manter sua integridade moral e humanitária estando dentro da política.
Emprestando seus conhecimentos profissionais a um funcionário público do enredo, Marcio Marino denuncia problemas reais, verdadeiros atentados contra o patrimônio natural em nosso país. Problemas como o descaso total para com a desova do lixo urbano são expostos de maneira a conscientizar o leitor, que deve retirar do livro inspiração para uma mudança comportamental comprometida, diante da sua própria responsabilidade para com o meio ambiente.


A Casa Dominó é um livro da Zian Editora, publicado em 2007, com 175 páginas.

ISBN: 878-85-88584-30-3.

Preço de capa:

Para adquirir um exemplar, entre em contato com a Zian Editora:




ou pelo tel:

11 3721-5488 (escritório da Zian, horário comercial)

sexta-feira, 20 de março de 2009

Futuro sem Segredo

escrito em jan/2008

Não há respostas fáceis para a questão da crise mundial. Apenas pessoas ousadas e criativas, conscientes do todo, é que, de uma maneira diplomática e efetiva, poderão amenizar o problema do aquecimento global e administrar com sabedoria problemas emergentes como as inúmeras doenças viróticas e bacteriológicas que surgem em todos os cantos do mundo sem que se tenha vislumbrado as terríveis proporções que essas “pestes” atingirão.
Os mais atentos percebem que qualquer tentativa de reverter a destruição do planeta ou da raça humana que nele habita deve ser intensamente colocada em prática desde já. Em aproximadamente 20 anos, se a população mundial não estiver devidamente conscientizada e trabalhando em prol da regeneração planetária, mudando seus hábitos e sua visão de mundo, será praticamente inevitável manter a vida humana sobre a Terra.
O apelo de Al Gore, prêmio Nobel da Paz de 2007, não pode se tornar uma voz no deserto. Tampouco o prêmio a que fez jus pode calar sua voz de clamor e conscientização. Ao contrário: devemos ver em seu trabalho apenas um incentivo para nossa própria mudança.
Paralelamente ao trabalho de Al Gore, surgiu um movimento globalizado em torno do livro O Segredo. Sua visão, assim como tudo o que foi semeado de bom no mundo, usa uma verdade edificante para nos desviar das leis que regem o cosmo, promovendo não o controle mental e a ação correta, mas a idéia egocêntrica e materialista da posse.
Sobrepujar os valores materiais e as posses aos valores morais e espirituais tem sido em todas as gerações terrenas o grande veneno inebriante que dissocia o indivíduo do propósito maior da evolução.
Aparentemente, o ser humano tem disputado poderes com representantes do mais alto escalão celestial, contestando e deturpando a verdade absoluta em favor de verdades pessoais, em geral, equivocadas. Com isso, chega à conclusão de que caridade é dar esmolas, quando ela começa na aceitação ao outro; que amor é um sentimento apaixonado e apegado, quando ele é uma energia com terrível poder de criação e manifestação que arde no ego causando muitas dores morais para quem está agrilhoado a ele.
A religiosidade deu lugar à insanidade idólatra porque, no lugar de se esforçarem na direção da verdade e na vivência do amor, que é o sentido verdadeiro do apostolado, as comunidades humanas preferem se unir em torno de líderes de personalidades fortes que inventam suas próprias leis e verdades, conduzindo a massa para respostas prontas, não necessariamente verdadeiras.
Aceitar essas verdades por preguiça de exercer o direito de pensar — o que por si só é uma afronta à inteligência da qual somos dotados —, como no caso da multidão seguidora de O Segredo, é o que vem condenando esta humanidade ao estacionamento espiritual e, o que é pior, que a tem condenado à destruição.
No pano de fundo que leva a esse comportamento está o fato de que, para a maioria, sucesso é alcançar estabilidade financeira ou fortuna, estar com a pessoa amada, exercer a profissão de que gosta e ser bem remunerado por isso, fazer as viagens que desejar ao redor do mundo, ter um carro, uma casa própria... O sucesso neste mundo tem sido medido a partir do critério das posses mundanas. Contudo, o verdadeiro sucesso pertence ao espírito, à pessoa que, diante das riquezas do mundo, abre mão delas para não corromper seu propósito de alma.
Mas há quem, como Voltaire, não se submete a nenhum poder efêmero do mundo se isto ofender seus princípios morais. Tampouco vende um projeto que pode curar uma doença humana se perceber que ele não será colocado em prática. Pena que é a minoria.
Que milagre pode operar o segredo numa pessoa que abre mão de sua postura mais nobre em prol de dinheiro e poder?
O pensamento positivo de fato é um segredo desvendado de realização, até porque movimenta o poder da incontestável lei da atração. Mas, se ele for usado com o foco na matéria, no enriquecimento pessoal, que bem estaremos fazendo para a humanidade ou para nós mesmos?
Sem dúvida, a melhor maneira de você ser melhor para o mundo é sendo melhor para si mesmo, ou seja, estar cada vez mais liberto dos apegos, acender a luz da própria alma e apenas deixá-la iluminar o caminho.
Todo ser vivo ocupa um lugar extremamente importante no nosso ecossistema, mas não nos lembramos disso na hora de agredir a natureza a ponto de exterminar espécies inteiras. Com o ecossistema abalado, nossa própria sobrevivência está ameaçada. Por outro lado, “o amor tudo pode”, e é com ele que salvaremos o mundo, desde que respeitemos a imediata necessidade de sua aplicação.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Para onde caminha a humanidade

A Volta de Jesus e Juízo Final

Através das mãos zelosas de Seus enviados celestiais, são as próprias mãos de Deus que se expõem sobre nossos destinos, coroando-nos com o amor do Mestre Jesus, que prepara desde há muito o seu retorno.
Sei o quão profundas são as profecias do Apóstolo João e o quanto em nós ainda é cegueira e abstinência à verdade (verdade esta que desde tão longe vem querendo se expor – e vem se expondo – através de metafóricas lendas e histórias), o que os nossos dias testemunham com dor e nossos corações desejam com esperança.
No entanto, os tempos são chegados e, até mesmo por uma questão profética, é hora de fazer com que os arquivos da nossa história se abram, para o entendimento de todos. Urge que façamos um trabalho intensivo com nossos interiores, no sentido de encaminharmo-nos no mundo para uma concentração única, de amor, serviço e libertação. Esse objetivo, por sua vez, só será alcançado se a flexibilidade mental se instalar e permitir que o conhecimento de nossas origens e de todo (ou parte dele) o mecanismo de atuação cósmica e espiritual que nos envolve seriamente for compreendido, aceito e praticado.
A urgência e a insistência em determinados temas, ainda que nossos discursos se tornem repetitivos, é para que pelo menos os que se inscreveram para o trabalho espiritual desta hora se despertem e se aprontem, cada um para sua devida função, e que se cumpra a vontade dos Céus na vontade do homem. Desta feita, não pouparemos palavras e esforços para propagar o nosso próprio discurso.
Sabemos o quanto Chico Xavier se esquivou de falar no assunto “Volta do Cristo”, ainda que tenha sido ele um dos mais devotos voluntários a cumprir tal tarefa, e eleito para tanto à época em que esteve encarnado como João Evangelista.
Num determinado texto de Jan Val Ellam lemos: “Tempos difíceis foram aqueles vividos pelo apóstolo João, nos últimos dias de sua vida. Procurado a todo momento por muitos cristãos, se esquivava o quanto podia, em se comprometer com ensinamentos que não podia provar serem verdadeiros. No entanto, ao ter a inabalável certeza da volta do Mestre, passou a explicá-la, conforme permitiam as circunstâncias do entendimento à época dos fatos.”
Apesar do comportamento final de João, seu espírito não encontrou a menor necessidade em tocar nesse assunto, até porque poderia tornar-se vítima das condenações humanas. Fosse ele ou não uma das testemunhas citadas nas profecias para o final dos tempos, e no próprio Apocalipse, como poderia ser vitorioso, caso alertasse o mundo a respeito disto?
Ademais, hoje supomos que pertence a outro este encargo divulgador. Notadamente, ao próprio Jan Val Ellam, que tem sido anunciado pela Espiritualidade como o “Adão da Nova Era”. Provavelmente este outro sim, seja uma das duas testemunhas. E o que acontecerá com este? Não podemos dizer, mas não deverá ser nada que ele mesmo não possa contornar, uma vez que as profecias dizem que ambas as testemunhas sairão vitoriosas.
Chico não falava do assunto, talvez por não saber mais sobre isso do que já soube antes. E também para não incitar a vaidade sobre si, uma vez que estamos numa época de muitos falsos profetas, muitos querendo se apossar de verdades que desconhecem até mesmo parcialmente. A salvo os que verdadeiramente se guardam na missão da revelação e do apoio aos reveladores – e mesmo para estes – não é dado a ninguém fazer afirmações em nome de Deus ou de Jesus, e é isso que os falsos profetas querem fazer.
E é justamente por este motivo que mais uma vez pedimos para que se tomem todos os cuidados necessários para não tomarem como verdade absoluta as revelações expostas, aqui ou alhures, mesmo os que vêm através de Ellam.
Bem faz o leitor ou o ouvinte de tais revelações se, em vez de saírem reproduzindo por aí essas notícias, que se voltem para seus íntimos, suas mentes e seus corações e ali plantem, a título de reflexão, o que surge de novo a cada tempo.
Lembremo-nos de que, além de Jan Val Ellam, aceitando-o como uma das testemunhas do apocalipse, há outros que trazem semelhantes notícias.
Do alto da supremacia católica, o Papa João Paulo II, antes de seu desencarne, seguiu trazendo a mesma notícia aos seguidores do mundo inteiro. Sua corajosa postura se firmou, mais especificamente, através da bula intitulada Incarnations Myste-rium (de 29 de novembro de 1998), na qual escreve:
“(...) é preciso permanecer à escuta d´Ele para reconhecer os sinais dos novos tempos e fazer que a expectativa do regresso do Senhor glorioso se torne cada vez mais ardente no coração dos fiéis”.
Por que, se somos capazes de imaginar, o Papa se daria ao trabalho de redigir uma bula com esses dizeres? Por que ele se preocuparia em advertir aos fiéis da sua Igreja quanto ao retorno de Jesus? Não é esta uma posição muito ousada, que expõe o Vaticano à crítica pública – já que, afinal de contas, nada há nessas paragens que indique de fato a volta de Jesus para estes tempos, a não ser os próprios estudos canônicos (nos quais, supomos, o Papa tem lá suas conversas com os dirigentes da espiritualidade maior)? Consultemos, novamente, nossos próprios corações. O Papa revelou aquilo que vem sendo paulatinamente e de modo crescente e cada vez mais insistentemente revelado por muitos, mas aceito por poucos.
Não obstante à ação em Roma, este discurso também está sendo largamente repetido em todas as igrejas protestantes, provando-nos que a mensagem é única, verdadeira e globalizada. E isso ocorre por uma razão muito simples: nada do que seja realmente verdade pode ser tirado ou alterado. Se há, portanto, algo que possamos afirmar com a clareza das escrituras sagradas e dos avanços de nosso espírito rumo à conscientização e libertação de nossas almas, é que Jesus é nosso Mestre, nosso irmão maior, filho de Deus e co-criador com Ele e que voltará, cumprindo sua própria profecia. Não em carne, que isso ele realmente não disse, mas da forma com a qual o Pai Amantíssimo o permitiu mostrar-se na espiritualidade.
Na descrição do profeta Daniel, Jesus em seu corpo cósmico possui um corpo brilhante e dourado, com braços e mãos acobreados, olhos fumegantes e de luz intensa, e voz de uma multidão. E provavelmente é assim que ele se mostrará para todos os que estiverem neste orbe terrestre.
Esta é, de fato, a verdade. Mas poucos a aceitam, porque já não mais damos credibilidade, a não ser àquilo que nos é servido pela mente ilusória.
Observem a relutância da maioria espírita kardecista, por exemplo. Os espíritas, de quem se é esperado todo tipo de notícia, espetacular ou não, da espiritualidade, são os que mais resistem à informação. Por quê?
Talvez por verem, na Codificação Espírita (século 19), o próprio retorno do Cristo. Ou ainda, como propagou e propaga o venerável e ilustríssimo senhor do bem e agente da verdadeira fé, Sr. Divaldo Pereira Franco, a quem devemos todo respeito e gratidão, que a volta do Cristo se dará no íntimo de cada um de nós, por ocasião da iluminação pessoal de cada um.
No entanto, o Espiritismo refere-se a outro fato profetizado pelo Mestre Jesus, que atenta para a vinda do Consolador. Sendo o Espiritismo o Consolador, como poderia ser, ao mesmo tempo, o Cristo retornado? E como poderia ser, o retorno do Cristo, algo íntimo, se ele profetizou que viria para que todos os vissem, em seu corpo de glória?
Estranha incompreensão humana que, a despeito de acreditar na vida extraterrestre, prefere dar margem à propagação de algo que já possui em mãos (a Codificação) a considerar a hipótese de não sermos os senhores do Universo ou os donos da verdade.
A que demérito do espírito podemos atribuir tal atitude, se não ao próprio orgulho, este que aqui nos aprisionou, afastando-nos tão grandemente da nossa própria condição cósmica?
Talvez o ser humano tenha se habituado tanto a ser, ele próprio, o fabricante do destino, que não mais admita receber verdades autênticas.
Fiquem atentos aos sinais. Assim como o Mestre disse muitas vezes, quem tem olhos de ouvir que ouça; quem tem olhos de ver que veja! Portanto, espíritas ou não espíritas, aprendam a raciocinar com a lógica que as evidências instigam, e abandonem os preconceitos que os impedem de fazê-lo.
Por mais que estejamos nos fazendo de emissários desta incontestável verdade, é de modo inesperado e desavisado que Jesus retornará. Não há dia e nem hora marcada (com nossas consciências) para que isso ocorra. Melhor, portanto, que cuidemos de nossos espíritos e nos amparemos na verdade e no amor daqueles que servem à humanidade em nome do amor ao Cristo.
A questão fundamental disso é: para onde caminha a humanidade?
Ao que tudo indica, ainda estamos muito cegos com relação a tudo o que foi profetizado, bem como para com o nosso próprio futuro. Podemos reler as profecias, estudá-las e até identificarmos muito bem, em suas palavras, os acontecimentos já ocorridos – como no caso do atentado às torres gêmeas, que no Apocalipse de João está como a queda da Babilônia. Afinal, é relativamente fácil encaixar o que já passou nas metáforas proféticas. Quando se trata do presente ou do futuro, no entanto, somos tomados por um torpor, uma dúvida infinita e, o que é pior, pelo medo do que nos reservam tais imagens.
Esta cegueira, em parte, provém da própria ignorância na qual estamos imersos até a cabeça, em parte na tendência em responsabilizarmos aos outros pelas nossas desgraças, sem jamais nos darmos ao trabalho de perceber nossa própria sombra atuante. Além disso, estamos muito mais distantes da verdade do que imaginamos.
É tempo de o mundo perceber que não somos seres originariamente terrestres ou escuros, como hoje nos apresentamos.
Nossa origem cósmica transcende os limites do orbe terrestre, tanto quanto o da nossa obscuridade mental, coordenada aqui por crenças e dogmas. Os extraterrestres que nos visitam e dos quais tantos têm sentido a presença, nada mais são do que anjos, que já citados na Bíblia; também seres que aqui estiveram desde o princípio dos tempos terrestres com missões várias neste orbe; outros, ainda, com quem já convivemos em outros mundos antes; também os mestres e avatares que se alistaram no concurso de auxílio aos rebelados para ajudar ao despertar desta nossa humanidade.
O próprio Cristo, que habitou entre nós, é um ser extraterrestre, de alto escalão cósmico e muito mais que isso. Ele voltará a estar conosco, para auxiliar Javé na tarefa de “julgar os vivos e os mortos”.
E este julgamento é certo, como é certo o nosso compromisso em amadurecermos espiritualmente e voltarmos ao Cristo, não importa o tempo que isso demore.
Se o homem tem comprometido a própria existência sobre a Terra, colherá os frutos de sua ação ignorante. O sofrimento e o empenho pela busca da verdade, no entanto, poderão salvar alguns de serem retirados em exílio deste orbe por ocasião do jugo divino.
Uma vez expulsos (depois que isso aconteça, pelo que nos informa a Espiritualidade e por graça e misericórdia excelsa do Criador, permanecendo fora da Terra por aproximadamente cinco mil anos), os mais negros de espírito, ou seja, os que, por ocasião da volta de Jesus, permanecerem vinculados ao mal, a Terra será abençoada com a presença predominante da parte tendente ao bem e, também, daqueles seres amorosos e espíritos mais evoluídos que, vindos de outros orbes em nosso auxílio, trabalharão no sentido de criar em nosso planeta uma atmosfera de amor capaz de realizar, na matéria, antigos planos de convivência cósmica.
O segundo paraíso terrestre será destinado apenas aos que aqui permanecerem, já que os outros, expulsos, irão habitar um novo mundo de expiações, de condições inferiores às que temos hoje na Terra, mas adequadas à continuação dos processos redentores individuais e grupais. Na verdade, esse processo já está em curso desde os tempos de Kardec, quando se deu o advento do Espiritismo.
Há muito tempo estamos ouvindo dizer que está na hora de fazermos a escolha: sermos reis entre imundos ou humildes entre reis. As duas opções requerem esforço contínuo, mas nosso futuro depende, exclusivamente, da decisão de Javé e de Jesus, já que cabe a eles executar a aferição sobre nossa condição espiritual.
A verdadeira realidade implícita nesta escolha, portanto, refere-se a aprontarmo-nos urgentemente para continuarmos exercendo nossa evolução, aqui ou noutro mundo. Para que na Terra se cumpra o amoroso propósito de renovação planetária. Lembremo-nos, mais uma vez: “muitos serão chamados, poucos os escolhidos”.
Essa verdade, contudo, não tem a intenção de amedrontar ainda mais as nossas mentes ou os nossos corações, e sim de alertar a todos nós à urgência de nos apresentarmos, sãos e limpos, ao trabalho maior.
Para tanto, somente o amor incondicional, plantado em nossos íntimos, o exercício do perdão (e auto-perdão), a reforma íntima (no sentido de abandonarmos o orgulho, os apegos e as vaidades) e o serviço caridoso ao próximo (no sentido de aceitar e respeitar o próximo conforme suas capacidades e nível de evolução) poderão constar em nossa “lista de afazeres”.
O que nos é pedido, seja qual for nossa posição no mundo, é a implantação de um sistema de reeducação através do qual se dê, ampla e irrestritamente, a aplicação da humildade e da solidariedade (à humanidade e à natureza).
A favor dessa bandeira, hoje atuam neste planeta diversos seres de luz, inclusive, extraterrestres encarnados e espíritos de escol, como Chico Xavier e Sai Baba.
Sai Baba, que é reencarnação de Krishna e Rama, derrama sobre o mundo suas bênçãos amorosas, ao mesmo tempo em que lança no mundo um projeto de educação que devemos observar, estudar e aplicar, como princípio para os novos parâmetros educacionais do mundo inteiro. Seus núcleos se espalham por todo o território global, dentro de normas específicas que impõem o serviço gratuito e a observação rigorosa de seus valores, a saber:
1. verdade
A verdade garante relações confiáveis – interna e exteriormente –, gerando um campo energético favorável à construção dos alicerces que edificam o espírito. Dissolve nódulos criados pela comunicação falha, pela ilusão fantasiosa, pelas incongruências cotidianas e pelas mentes manipuladoras e equivocadas. A verdade, em primeiro lugar, porque ela é libertadora, e por isso libertará o homem de seus próprios grilhões, forjados no calor das crenças, dos dogmas e dos preconceitos, inconcebíveis no Reino Divino.
2. amor
O amor por excelência, incondicional e universal, vibrante e capaz de aproximar – até que lhe provoque a unicidade – o homem à sua divindade. O amor pleno sobrepujará todas as emoções e condicionamentos emocionais, inclinando a raça humana sobre a Terra ao equilíbrio dos corpos, para o centramento e o despertar total do ser.
3. paz
A paz provinda de todas as certezas e resultante da ação coerente e ecológica do homem totalizado. Presente nas sublimações, contemplações, meditações e afins (muito mais como resultante desses processos), a paz faz transpor no homem a concepção de tempo e nos assegura a eternidade “no coração de Deus”. A paz demove do ser humano suas angústias e perturbações; ensina-o a conhecer os momentos e o conduz à palavra correta e ao silêncio renovador.
4. ação-correta
A retidão de caráter, tão exigida no outro e tão negada em si mesmo, que defende, também, as máximas cristãs como “amar ao próximo como a si mesmo” e “não julgar para não ser julgado” se fazem valer neste princípio, bem como todas as leis inscritas nas tábuas de Moisés e as regras morais inventadas e descumpridas pelo homem em suas religiões e filosofias. No entanto, ação-correta pode se definir tão-somente pelo que seu próprio título insinua: agir corretamente.
5. não-violência
O contrário da violência. Resultado de amor e respeito pela própria existência e pela existência alheia. Fruto da consciência igualitária que compreende a humanidade através de olhos e coração fraternos. Inclui a ausência de agressividade, ainda que silenciosa. Inclui também a não-violência à vida, seja ela qual for. Da observação fiel a este aspecto é que surge, no planeta, a corrente que difunde o “viver de luz”, eliminando por completo a necessidade de ingestão de alimentos, que implica, direta ou indiretamente, na violência contra a vida mineral, vegetal e animal.
É claro que todos nós compreendemos o próprio tamanho de nossas pernas. Sabemos até onde podermos “esticar” as nossas possibilidades e flexibilizar as nossas mentes para o exercício de tamanha mudança. Não é justo que se imponha um fardo maior do que cada um possa carregar, mesmo porque, jamais, nem Cristo nem Deus nem ninguém nos exigiu tal coisa. Por isso é que, apesar dos parâmetros dados, cada um, a seu tempo, deve promover o que for próprio e comportável para si. E é também por isso que, não obstante ao jugo do Mestre, permanecer ou não na Terra não faz ninguém melhor do que ninguém, já que estamos todos inseridos num mesmo contexto global, sob o ponto de vista cósmico.
E, afinal, se cogitarmos a volta do Cristo para daqui até 2012, como muitos apontam, o que se prevê para este curto espaço de tempo? O que conseguiríamos fazer, sozinhos, por nossa evolução, que não já deveríamos ter feito nesses últimos dois mil anos?
De acordo com as profecias, o mundo ainda não viu tudo o que havia para ser visto. Cabe a cada um de nós, portanto, avaliarmos o que serve para nossas crenças e o que não serve.
Contudo, devemos orientar nossas crianças, por serem elas o futuro próximo da humanidade, para esta realidade e esta atitude (amorosa, compassiva, humilde, educada, ecológica...). Que elas possam ser exemplos vivos e fiéis da caridade e do amor, tão bem exemplificados por entidades como Gandhi, Chico Xavier e muitos outros. Além disso, devemos buscar o conhecimento cada vez mais amplo para que se sobreponha a Verdade Divina à toda e qualquer verdade pessoal.
O que lhes deixamos aqui, por exemplo, não passa de um mero vislumbre da Verdade, que nos chega através de outras mentes e outros corações, e após muitos anos (e encarnações) de busca resistente e rebelde, apesar de toda ajuda dos grandes espíritos dos mestres. Pode ser o resultado de tantas profecias, de tantos sinais que os tempos nos deram. Mas não passa de uma pequena verdade, que abraçamos temporariamente, até que um esclarecimento maior se some a ela.
A sua verdade, bem como a Verdade absoluta, você deve procurar em muito estudo e, sobretudo, em seu próprio interior.
Por nossa rebeldia, por nossa ignorância e, sobretudo, por nosso orgulho, ainda é nas palavras de Jesus que poderemos encontrar o caminho, já que ele próprio disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
O que temos a seguir é uma reprodução de algumas palavras deixadas por Mateus e Kardec. Para que não sejam minhas as últimas palavras, mas sim as deles. E para que não sejam meus os pensamentos de mudança, mas das próprias evidências.

Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á sobre o trono de sua glória; - e estando todas as nações reunidas diante dele, separará uns dos outros, como um pastor separa as ovelhas dos bodes, e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda, - Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: vinde, vós que tendes sido abençoados por meu Pai – etc. etc.. (Mateus, cap.XXV, vers. De 31 a 46)

A Gênese – Capítulo XVII – Julgamento Final
Allan Kardec
Devendo o bem reinar sobre a Terra, será preciso dela excluir os Espíritos endurecidos no mal e que poderiam acarretar-lhe perturbações. Deus já os deixou pelo tempo necessário à sua melhoria; mas, no momento em que este mundo deva ser elevado na hierarquia dos mundos, mediante o progresso moral dos seus habitantes, tendo chegado tal tempo, este lugar será interditado àqueles que não hajam aproveitado as instruções que aí vieram receber; e tal interdição se aplicará não só aos encarnados como aos desencarnados de tal grupo. Serão exilados para mundos inferiores, como antes sucedeu sobre a Terra, com os componentes da raça adâmica; ao mesmo tempo, serão substituídos por Espíritos mais adiantados, é a esta separação que Jesus presidirá, o que é figurado por estas palavras do julgamento final: “Os bons passarão à minha direita e os maus, à minha esquerda”.
A doutrina de um julgamento final, único e universal, que coloque fim a toda a humanidade, repugna à razão, no sentido em que ela implicaria a inatividade de Deus durante a eternidade que precedeu a criação da Terra, e a eternidade que se seguirá à sua destruição. Pergunta-se qual seria então a utilidade do Sol, da Lua e das estrelas, as quais, segundo o Livro de Gênesis, foram feitos para iluminar o nosso mundo. É espantoso que uma obra tão imensa haja sido feita para durar tão pouco tempo e para benefício de seres cuja maior parte estaria de antemão voltada aos suplícios eternos.
Materialmente, a idéia de um julgamento único era, até certo ponto, admissível aos que não procuram a razão das coisas, enquanto se acreditasse estar toda a humanidade concentrada sobre a Terra, e que tudo no Universo fora criado para seus habitantes: ela é inadmissível desde que se tornou sabido que há milhares de mundos semelhantes que perpetuam as humanidades durante a eternidade, e entre os quais a Terra é um ponto imperceptível, dos menos consideráveis.
Por este único fato se vê que Jesus tinha razão em dizer a seus discípulos: “Há muitas coisas que não vos posso dizer, pois não as compreenderíeis”, eis que o progresso da ciência ora indispensável a uma sã interpretação de algumas de suas parábolas. Certamente os apóstolos, São Paulo e os primeiros discípulos, teriam estabelecido outros dogmas se tivessem tido os conhecimentos astronômicos, geológicos, físicos, químicos, fisiológicos e psicológicos, que hoje se tem. Também Jesus adiou o complemento de suas instruções, e anunciou que todas as coisas deveriam ser restabelecidas.
Moralmente, um julgamento definitivo e sem apelo é inconciliável com a bondade infinita do Criador, que Jesus nos apresenta sem cessar como um bom Pai, o qual sempre deixa uma via aberta ao arrependimento, e está pronto a estender seus braços ao filho pródigo. Se Jesus houvesse entendido o julgamento nesse sentido, teria desmentido suas próprias palavras.
E depois, se o julgamento final deve tomar os homens de improviso, no meio de seus trabalhos ordinários, e as mulheres grávidas, pergunta-se com que finalidade Deus, que nada faz de inútil nem de injusto, faria nascer crianças e criaria almas novas nesse momento supremo, no termo fatal da humanidade, para as fazer passar por julgamento ao sair do seio de suas mães, antes que tivessem a consciência de si próprios, enquanto que outros tiveram milhares de anos para se reconhecer? De qual lado, à direita ou à esquerda, tomariam lugar essas almas que ainda não são nem boas nem más, e para quem todo o caminho ulterior de progresso estará para sempre fechado, pois a humanidade não existirá mais?
Aqueles cuja razão se contenta com semelhantes crenças e que as conservam, estão no seu direito e ninguém nem nada tem que objetar a tal direito; mas, não levem a mal que nem todos compartilhem delas.
O julgamento, por via de emigração, tal como foi acima definido, é racional; é fundado sobre a mais rigorosa justiça, visto que deixa eternamente ao Espírito, seu livre arbítrio; que ele não constitui privilégio de ninguém; que uma igual latitude é dada por Deus a todas as suas criaturas, sem exceção, para progredir; que mesmo a aniquilação de um mundo, que traria como conseqüência a destruição do corpo, não causaria nenhuma interrupção à marcha progressiva do Espírito. Tal é a consciência da pluralidade dos mundos e da pluralidade das existências.
Segundo essa interpretação, por via de emigração, a qualificação de julgamento final não é exata, pois que os Espíritos passam por semelhantes depurações a cada renovação dos mundos que habitam, até que hajam atingido um certo grau de perfeição. Não há, pois, falando corretamente, julgamento final, mas há julgamentos gerais, em todas as épocas de renovação parcial ou total da população dos mundos, e em consequência delas se operam as grandes emigrações e imigrações dos Espíritos.

terça-feira, 17 de março de 2009


Educando (-se) para a Felicidade


O maior desafio da humanidade terrena tem sido, em todos os tempos, encontrar e até mesmo compreender a felicidade. Em geral, as pessoas a buscam fora de si mesmas, depositando nas conquistas, sejam estas afetivas ou materiais, a responsabilidade de promover este estado tão desejado de felicidade. Todavia, a felicidade é uma postura íntima construida através da lapidação do ego pela superação dos instintos.

O caminho tão procurado que conduz à felicidade foi há muito anunciado por grandes mestres e avatares, inclusive, por Jesus, mas quedou-se no vasto lago do esquecimento pela falta de entendimento profundo ou empenho da vontade na busca da lapidação espiritual.

Educando (-se) para a Felicidade é um compêndio refinado e sensível que seu autor, Rossano Sobrinho, oferta para a humanidade. Disposto em capítulos objetivos e em linguagem de fácil intelecção, o livro elucida como um ser humano comum pode trabalhar seu próprio eu no sentido de convertê-lo para o estado de felicidade.

Longe das pieguices comuns da literatura irresponsável que visa à exploração dos benevolentes, vê-se no livro, que na verdade é uma edição revisada e ampliada de uma versão anterior, um conteúdo rico em verdades confiáveis que servirá de guia pessoal não só para quem busca a receita fácil para uma conquista difícil, mas também para quem mergulha na profundeza da própria alma as verdades ali ancoradas.

Lúcia Roberta Mello

Encontrando Rossano Sobrinho

A vida tem dessas coisas... Quanto mais a gente pensa estar remando sozinha no mar das desesperanças, mais o Alto se esforça por sinalizar as luzes que nos orientam o caminho.

Após uma primeira leitura do livro Educando (-se) para a Felicidade, de Rossano Sobrinho, tive a certeza de que este é um livro destinado à cabeceira dos buscadores da verdade, dos deprimidos, dos inseguros, dos desvalidos e desesperançosos, dos espíritos cansados de caminhar a esmo entre os padrões repetitivos das personalidades que somou ao longo da trajetótia pessoal do seu espírito, enfim, para todos os integrantes desta imensa morada que nos foi destinada.

Quando ouvi falar de Rossano Sobrinho pela primeira vez, assisti também a um vídeo de uma palestra sua sobre educação, tema que muito me atrai, particularmente. Achei engraçado conhecer o nome de sua cidade, Espera Feliz. Mas depois achei justo haver uma cidade com este nome, e tinha mesmo de ser na gloriosa Minas Gerais, onde o ar é mais puro, a vida mais vivida, o silêncio mais cultuado e a felicidade anda de mãos dadas com o prazer da labuta.

Foi então que entendi que Rossano Sobrinho é mesmo assim, um espírito feliz porque encontrou a trilha interior. É feliz porque sabe compartilhar isso com os outros e é feliz porque faz de sua semeadura uma esperança própria de felicidade para a humanidade inteira.

Porque feliz é aquele que conhece o prazer profundo de compartilhar o amor que amealhou em seu próprio íntimo. E Rossano faz isto! Ele é professor, psico-pedagogo, palestrante, diretor de casa espírita e escritor premiado, além de excelente aluno na escola da ascensão espiritual.

É um grande prazer conhecer essa jovem luz que se ascende sobre nossas mentes mundanas fazendo-nos escancarar as janelas da alma para as verdades sempre existentes, mas tão pouco visitadas.
Procure conhecê-lo você também!

Abraços,
Lúcia Roberta Mello

quinta-feira, 5 de março de 2009

A Cidade e o Exército

Uma lenda, por Paulo Coelho
Seção O Mago – Revista da Folha – 31 de maio de 1998

Conta a lenda que, indo em direção a Poitiers com seu exército, Joana D’Arc encontrou no meio da estrada um menino brincando com terra e galhos secos. “O que está fazendo?”, perguntou Joana D’Arc. ”Não vê?”, respondeu o menino. “Isto é uma cidade.” “Ótimo”, disse ela. “Agora, por favor, saia do meio da estrada, que eu preciso passar com os meus homens. O menino levantou-se irritado e ficou diante dela. “Uma cidade não se move. Um exército pode destruí-la, mas ela não sai do lugar.” Sorrindo com a determinação do garoto, Joana D’Arc ordenou que seu exército saísse da estrada e contornasse a ”construção”.

domingo, 1 de março de 2009

Leis Maiores

Em nossa incrível pequenez humana, não nos damos tempo para observar certos flagrantes da natureza que nos demonstram existir um comando superior que, com suas leis maiores, cuidam da criação à base do improviso. O acaso, neste contexto, pode surpreender até mesmo uma desavisada jovem felina que, no exercício de sua natureza predadora, se depara com outros instintos. O impulso da mãe que habita em seu íntimo revela a lei maior da preservação.
Vale a pena conferir!
obs: Para ver os direitos e procedências do filme acima, clique em F1 durante a exibição.

Tempos Difíceis

(escrito em 20/11/08)


Época difícil esta em que temos de lidar com a violência do outro sem permitir que ela nos afete ou incite às represálias.
Se o amor ardesse de forma vívida em nossos íntimos, se nossa luz de alma andasse a iluminar os caminhos à frente e se a verdadeira paz, advinda do alinhamento de todos os nossos corpos e consciências estivesse estabelecida em nós, haveria, também, em nossa voz e nossos gestos, uma ternura infinita para com nossos irmãos de humanidade; uma indignação firme, postural e desprovida de jugo frente às barbáries do ser humano contra o ser humano, do ser humano contra a natureza, do ser humano contra a amplitude divina, incluindo-se suas leis.
Há uma força invisível que vem nos oprimindo por dentro, compelindo-nos a revelar nossa verdadeira natureza interior. Se é ou não a força do Juízo Final que nos ronda e nos afeta psiquicamente, eu não sei; só me cabe considerar a hipótese e cuidar para que minhas próprias reações a isto, seja lá o que isto for, não se abalem ao ponto de me roubarem a sanidade.
A questão é que, pela salvação da razão, devemos buscar a verdade escondida em nosso próprio íntimo, através da meditação, questionando-nos o que há por trás de nossos olhos fechados, como nos ensinou a fazer o mestre Yogananda. Além disso, orar e vigiar sempre: orar pelos que fraquejam se entregando à própria loucura – e pelas vítimas que fazem – e vigiar os próprios pensamentos e ações.
Não podemos pretender que a nossa verdade ou a nossa percepção das coisas, já que estamos sempre tão limitados e equivocados com relação ao divino, sobreponha-se à verdade soberana da Criação.
Entendo que é da tendência humana estacionar a cada insight obtido na vida, como se cada descoberta fosse um fim, e não apenas mais uma fonte de verdade no meio do caminho. E entendo que os equívocos de interpretação acerca do que percebemos a cada estação reveladora muitas vezes causam dramas pessoais e às vezes coletivos, mas este entendimento não significa que eu compactuo com quem cala diante da absurdez humana (consentindo com ela?) ou que saio por aí de braços dados com quem transgride as leis dos homens sob o argumento de estar a serviço de uma lei maior. “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, disse Jesus.
Arre! Deixemos de erguer o volume da voz da própria verdade para podermos ouvir a verdade imortal que sussurra aos ouvidos de nossas almas.
Vejo pessoas fazendo suas descobertas à luz da própria intimidade e reagindo a isso com empáfia, elegendo esta sua descoberta como verdade a ser seguida por todos e, pior, subjugando aqueles que não compactuam com tal “verdade” apresentada. Culto ao ego, culto a quê?
Não bastasse o erro de postura e o equívoco intelectivo, ainda há o fato de que neste mundo não há um único homem ou mulher que não adicione temperos próprios aos sinais do tempo, às mensagens de espíritos ou de fora, ou mesmo às mensagens constantes nos livros sagrados com que nos temos guiado, pois somos moucos e cegos enquanto estamos presos à armadura limitadora da matéria corpórea.
Portanto, não há lucidez na mente encarnada que possa ser plena; tampouco há no outro, como algo que justificasse nos guiarmos pela verdade alheia.
Os tempos chegados, estes em que estamos e sob os quais se revela o pleito do Juízo Final, seja ele pela dureza do sentido gradualístico severo imposto por Javé e seus assessores ao carma da humanidade deste mundo ou pela suavidade com que Jesus deita sua compreensão e misericórdia sobre nossos espíritos doentes, nos devem inspirar tão-somente a produzirmos sem mais retardo o melhoramento íntimo, o despertar da luz interior, a aliança única entre nossa mente encarnada com o Eu Profundo e entre este e o Pai, o deus único e original.
Guiando-nos sempre pelas palavras e exemplos de Jesus, nosso mestre maior, ainda vale lembrar, em Mateus 6: 21, 22, 23 e 34:
“... onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.
“... A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!”
“... Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Política de Qualidade Volvo

Uma das empresas de maior responsabilidade em todos os setores é, sem dúvida alguma, a fabricante de veículos, Volvo, que voltou seu foco de ação de responsabilidade social para a segurança no trânsito e meio ambiente.
Subsidiária da empresa automobilística sueca, a Volvo do Brasil (VdB), sediada em Curitiba/PR, é responsável pelos negócios realizados na América do Sul envolvendo caminhões, ônibus, equipamentos de construção, motores marítimos e industriais da marca.
A Volvo conseguiu renome mundial através de sua política de aliar qualidade total e respeito ao meio ambiente, agregando, mais recentemente, a questão segurança ao seu foco.
Desde o início, em 1927, na Suécia, a empresa se preocupa com segurança e por isso adotou um sistema que proíbe o lançamento de um produto que não tenha sido exaustivamente testado por pelo menos dois anos, o que demonstra preocupação com qualidade e segurança desde sempre.
Apesar de não garantir exclusão total de erros, o tempo de dois anos de testes é um tempo minuciosamente estudado pela empresa para evitar erros de produção.
Muito perto da perfeição, a Volvo é o tipo de empresa que não pára no tempo e não desiste de investir em qualidade total, ainda quando alguns erros aparecem.
Após sua participação na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (Suécia), a empresa lança a primeira Política Ambiental do Grupo Volvo, em 1072, proporcionando à empresa uma forma estruturada de lidar com questões pertinentes ao meio ambiente, trabalhando em obediência às leis que regem o setor e promovendo melhoria contínua dos impactos ambientais.
O destaque que a Volvo detém não se resume apenas em suas repetidas performances empresariais, mas no comportamento exemplar que cada membro da multinacional consegue ter, a partir de sua diretoria, o que coloca a Volvo no topo da lista de empresas-padrão dentro de um conceito de respeito à natureza e qualidade de vida.
Quem trabalha numa das empresas Volvo espalhadas pelo mundo realiza uma das maiores terapias de mudança comportamental, pois, lá dentro, o programa de trabalho inclui valorização humana e otimização de setores e relacionamentos.
Empresas de todos os segmentos deveriam experimentar a receita de responsabilidade da Volvo em suas empresas e tomarem o exemplo que esta lhes dá como incentivo para se tornarem novas fontes de cidadania e responsabilidade social aplicadas.
Tal exemplo também pode ser utilizado pelo cidadão comum. Desde a implantação, em 1987, do Programa Volvo de Segurança do Trânsito (PVST), a empresa faz parcerias com escolas e com a sociedade em geral no objetivo não só de diminuir a violência e o número dos acidentes de trânsito como conscientizar a população da responsabilidade de todos para com a segurança, num processo que ela chamou de “humanização do trânsito”. Após anos e milhões investidos, os resultados são satisfatórios, tendo em vista a diminuição de mortes por acidente em trânsito e a própria mudança no credenciamento a motorista, com a atual obrigatoriedade do curso de direção defensiva.
O que mais ressalta aos olhos na política de qualidade da Volvo é o fato dela demonstrar, através de seu exemplo, que qualquer empresa pode atuar e progredir em respeito à vida e ao meio ambiente, valorizando o humano e cuidando para que a Humanidade sobreviva à própria apatia.

Outras leis

“Eu vos nomeio irmãos e amigos, por serem estes os maiores títulos a identificar na Terra aqueles que se amam como eu vos amei”. – Jesus


Cidadãos e cidadãs...

...a quem eu poderia chamar de irmãos e irmãs, se na Terra fôssemos conscientes da nossa igualdade perante o Cosmo.

No entanto, se assim o fizesse, muitos diriam que estou apelando para a fé do povo e usando o nome do Cristo em vão, para fins políticos, quiçá eleitoreiros.
Em verdade, senhores e senhoras, mesmo sem a necessidade de apelar para qualquer subterfúgio como este, mesmo assim, se não respaldarmos nas leis maiores ditadas pelo Mestre Jesus, de que maneira poderemos, em qualquer lugar, semear a qualidade de vida que queremos ver no mundo?

A humanidade chegou a um limite tal de suportabilidade que nem mesmo os governos conseguem se reaproximar do sentido fraternal das relações interpessoais, tornando-se, eles próprios, carentes de leis que os dirijam para o cumprimento da real cidadania planetária, aquela que reconhece a irmandade entre todos os povos e raças, não importando a sua condição social, financeira, racial ou cultural.

E se não há uma diretriz consciente e comprometida com a população da parte dos governantes, de que maneira a população vai organizar a sua vida a fim de cumprir o mandamento maior do amai-vos uns aos outros, deixado por Jesus?

Não deveríamos, definitivamente, apoiar nossas leis nas mesmas leis ditadas pelo Mestre maior?
Pois isso é que ousaremos cada vez mais, com o passar do tempo, com o objetivo de engrandecermos a nossa sociedade... Criaremos leis que instalem valores sociais como a verdade, a ação correta, o respeito ao próximo, a preservação da dignidade, da paz, do amor maior... Por que não? Só porque isso parece religioso e não político?

Pois eu afirmo que Jesus foi o maior político que tivemos a honra de conhecer. Nada nele feria as leis maiores do Cosmo, leis estas que ele próprio propagava com suas palavras e testemunhava com suas ações. Tudo o que dele emanava seguia um propósito firme, seguro e comprometido com a humanidade, com a população terrena e cósmica. Jamais vimos tanta coerência, profundidade e amplitude em alguém.

Amigos, amigas...

Aparentemente, abordar os temas que Jesus abordou à sua época e que outros grandes mestres como Zoroastro, na Pérsia, ou Confúcio e Lao Tse, na China, também abordaram e testemunharam, faz com que eu me pareça com uma líder religiosa inclinada para a manipulação da fé do povo para fins pessoais.

Não se trata disso, absolutamente! O que quero é dar embasamento refinado, no que diz respeito à realidade cósmico-espiritual, a uma campanha específica pela mudança de valores e paradigmas, mirando no maior exemplo político de que podemos ter referência.

Jesus e seu legado defendem leis nas quais podemos nos guiar para exercer a política do amor, que reconhece cada ser humano como um cidadão universal, um filho do Pai Amantíssimo, com plenos direitos de amar incondicionalmente, ser feliz, ser pleno e realizado, gozando de uma consciência cósmica realmente libertadora.

No entanto, o que vemos em nossa sociedade senão direitos esmagados por uma infinidade de deveres que sequer sabemos se favorecem ou não aos nossos interesses e sonhos de realização?

Nossas leis são leis que julgam o comportamento humano a partir de critérios pessoais... São encobertas por uma máscara egocêntrica que se cria a partir de visões limitadas e de crenças equivocadas que perdem a força e se invalidam com a ação do tempo. Portanto, são leis transitórias como também é transitória cada experiência corpórea na Terra.

Basta nos conscientizarmos de que somos nós os agentes da mudança que queremos ver no mundo para sabermos que a mudança é possível. Gandhi e sua luta desarmada, pacífica, nos ensinaram isto.

E você dirá: “o que importa Gandhi, Lao Tse, Confúcio, Jesus ou Madre Teresa de Calcutá para nós, se eles viveram em outras culturas, em outros países, e nossa realidade é outra, dura e ingrata?”

Eu direi a você que não importa o lugar em que se esteja, a cultura em que se viva... Se houver, nos corações e mentes, a vontade e o firme propósito de vencer as dificuldades e limitações internas, a humanidade poderá mudar.

Com uma mudança íntima sólida, nenhuma fronteira, física ou temporal, nos diferenciará de Gandhi ou de Madre Teresa de Calcutá, porque somos todos capazes de transformar, vencer, ser feliz, através da força poderosa do amor, essa lei maior e absoluta que Jesus viveu integralmente.
Enquanto o mundo discute as mudanças necessárias no mundo, milhões de pessoas continuam sem nutrição, moradia, estudo, atendimento médico adequado, enfim, sem um futuro a conquistar. Não podemos deixar que o governo centralize os problemas sociais nas tribunas das câmaras ou do Senado.

O que proponho aqui é um direcionamento das leis terrenas para as leis maiores, indissolúveis... Pois só assim chegaremos a um consenso que favoreça, de fato, a todos os cidadãos do mundo, como se as fronteiras político-sociais não existissem.

Se assim o fizermos, não apenas a nossa cidade, o nosso estado, o nosso país se favorecerão, mas também todos os povos do mundo se beneficiarão, pois seremos, enquanto espécimes da humanidade, fonte de exemplo e virtude a reconhecer e valorizar o homem, a mulher, a criança e toda a natureza aqui existente.

Respaldados nas leis humanas, os governos e seus representantes exercem seu domínio sobre as massas carentes e com isso roubam o direito de expressão do cidadão e da cidadã que desejam apenas um futuro para darem aos seus filhos, já que perderam as esperanças de conquistar um futuro feliz para si mesmos.

Nossa comunidade se habituou a lutar pelo futuro porque perdeu a esperança no tempo presente. A própria campanha do governo federal dos anos 70 pregava que o Brasil é o país do futuro, impedindo o Brasil de acontecer agora mesmo.

E eu digo que enquanto vivermos sob leis que reafirmam que o Brasil é o país do futuro, este futuro nunca chegará. Nem para mim, nem para você, nem para nosso país, estado ou município, e nem mesmo para o mundo.

Porque o futuro já chegou para três gerações que viveram sob este prisma e nada mudou.
E nós, paulistanos e paulistas, brasileiros, latinos, americanos, mas antes de tudo nós, seres humanos deste maravilhoso mundo azul que nos abriga, queremos a mudança que nos liberte dos grilhões da angústia e do sofrimento.

Queremos uma vida melhor, contas pagas e alimento em nossas mesas... Queremos qualificação profissional, educação e progresso... Queremos trabalhar durante a semana e nos divertir com nossa família aos domingos... Queremos segurança e um tempo certo para cada coisa... Queremos ser plenos e felizes. Mas, sobretudo, queremos leis e pessoas que nos respeitem enquanto cidadãos que somos, que defendam nossa natureza humana destinada à felicidade e à prosperidade. E queremos semear isso à nossa volta e dentro de nós, antes de recebermos do outro, para que usufruamos o prazer maior de dar sem esperar nada em troca, a exemplo do que o próprio Pai faz.

A vitória de Barack Obama, nos Estados Unidos da América, representa o início de uma nova era na política no mundo. Uma era em que o mundo volta a ter esperanças na preservação das espécies, inclusive, a sua própria.

Olharemos para as famílias como um engenheiro olha para os alicerces de um grande edifício. E apoiaremos leis de reforma que favoreçam a educação e a re-educação do nosso povo a fim de elevarmos a condição da família ao patamar da dignidade, no lugar da degradante fórmula atual de violência que faz com que indivíduos de mesmo sangue se estranhem, se destruam, se matem.
Se você guarda um sonho dentro de você, algo que você imagina que pode realizar e que vá, num tempo qualquer, engrandecer sua vida e transformá-la até que ela se torne digna e de qualidade satisfatória, você pode iniciar um movimento de reforma próprio; dentro de você, em sua rua, em seu bairro, em sua cidade. Sugerindo, opinando, fazendo o pouco que lhe cabe.

"Laranja", culpado ou inocente?

Aquela pessoa popularmente chamada de “laranja” é a mesma que, sem fazer parte diretamente de um grupo de corrupção, extorsão ou outra infração prevista no Código Penal, arrisca o próprio pescoço prestando serviços por dinheiro, sem saber de fato o que está por trás da operação.
Os laranjas são os que emprestam seu nome, sua conta bancária e até seu notebook para terceiros, sem saber que a pessoa para quem emprestou vai abrir uma empresa fantasma no seu nome, lavar dinheiro do tráfico de drogas, por exemplo, ou cometer estelionatos on line. Também são os que, sob a orientação de alguém, transportam pacotes de conteúdo não revelado de um lugar para outro, em geral, entre estados e até países.

Na maioria dos casos, o laranja recebe dinheiro em troca dessas ações, e é isso que o motiva. Mas há quem faça isso movido apenas pela boa fé e impulso de ajudar alguém.

Quando o crime é descoberto, o “laranja” é o primeiro a ser indiciado e preso e, ainda que não tenha consciência de ter praticado uma contravenção, sua cumplicidade é explícita, pois a ninguém é permitido emprestar nome, documentos ou conta bancária a outrem. No caso de transporte de pacotes, que em geral serve ao tráfico de drogas ou ao contrabando, o “laranja” se implica pelo fato de carregar o volume sem questionar o que leva, tornando-se igualmente culpado, já que, de acordo com a lei, o portador é responsável pelo que carrega.

A consciência cível, no caso, é pressuposta no ato, o que significa que há o direito implícito do cidadão de dizer: “se eu não sei o que vou carregar, não carregarei”, sob quaisquer circunstâncias.

Se formos transpor a visão da situação para a ótica da obrigação cível, também se pressupõe que o mesmo cidadão tem o dever de responder, judicial ou extrajudicialmente, pelos seus atos.
Num país como o nosso, chamado muitas vezes de “o país dos escândalos”, toda sorte de corrupção, golpe, falcatrua e contravenção praticada é exposta no varal da mídia. Dessa forma, não há como o cidadão comum não desconfiar, pelo menos, se alguém lhe pedir para emprestar seu nome ou carregar um pacote cujo conteúdo não deseja revelar.

A polêmica se instala entre pessoas que acham que o “laranja” é fruto da situação social, do descaso do governo para com seu povo – e por isso devem ser inocentados das acusações que penderem sobre ele numa situação de tal flagrante –, e as que defendem a idéia de que o “laranja” é co-responsável com o contraventor, devendo ser punido pela lei tanto quanto este.
Qual sua opinião a respeito?