domingo, 11 de abril de 2010

Snap vira brincadeira de matar

Enquanto esteve incógnita, o jogo do “snap” teve tempo de se propagar à solta entre os jovens. E agora, que já chegou a matar e todo mundo sabe o que significa, qual a sua postura? No fundo, esta é uma questão de educação.


Os desafios adolescentes são conhecidos desde os tempos mais remotos. Na época em que os hormônios afloram e trazem à tona desejos sexuais e uma rebeldia febril contra regras e determinismos, jovens do mundo inteiro buscam maneiras cada vez mais ousadas de testar os próprios limites.
Com um estupendo poder de propagação, os jovens inventam aqui e em pouco tempo a prática já existe ali e acolá.
Foi o que ocorreu com o “snap”, que a princípio era apenas um ritmo da primeira geração de dance music moderna surgido na Alemanha, e se transformou na brincadeira do sexo na Inglaterra, em 2006. Ganhou o mundo e se transformou num dos maiores terrores para pais de adolescentes e também para a polícia, que já se deparou com casos de agressão e morte por causa da referida “brincadeira”.
Trata-se de jogos de pulseiras coloridas que os jovens usam como acessório e que indicam que a pessoa que as usa está disposta a participar de alguma prática sexual, que vai do carinho ao ato sexual completo. A pessoa usa, o outro vem e, se conseguir arrebentar alguma das pulseiras, ganha o direito de ganhar alguma prática que é indicada por uma tabela de cores. Se a pulseira arrebentada for dourada, pode rolar qualquer coisa que se deseje.
Manaus foi palco de tragédia para duas jovens que tiveram pulseiras arrebentadas. Na última sexta-feira santa, a primeira foi morta em Valparaíso, e a segunda foi assassinada no sábado de aleluia, no bairro Morro da Liberdade.
Os “deslimites” a que chegam esses jovens que se expõem ao risco sem sinal de pudor ou respeito à própria integridade física e moral preocupam pais e autoridades, que não sabem como dar um basta à onda.
Quando questionados, os jovens afirmam que não vão parar de usar, mesmo que haja proibição legal, como sugere a iniciativa de muitos vereadores como Beth Sahão, do PT de São Paulo, que protocolou na última quinta-feira, dia 8 de abril de 2010, o projeto de lei que proíbe o uso das pulseiras do sexo em instituições de ensino.
Muitos desses jovens ainda não sabem o significado do uso das pulseiras e o fazem por modismo. Estes, quando questionados, alegam que “ninguém pode obrigar outra pessoa a fazer o que não quer”. Mas os assassinatos em Manaus provam que a coisa não é bem assim. Então, a questão é? Qual a sua postura diante disto?
Mais uma vez, a problemática remete à deficiência trágica no quesito educação, especialmente, no seio familiar, onde os valores morais devem ser transmitidos com mais empenho; mas também nas escolas, onde se aboliu a filosofia, que essencialmente é a busca amorosa pela verdade, e por isso oferece meios de a pessoa desenvolver mais facilmente valores morais elevados, em nome da condução do ser à excelência e à nobreza de caráter.
Afinal, o que sentem por si mesmos os jovens que aceitam participar de jogos onde colocam em risco sua própria integridade?

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